segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nas entrelinhas da zeladoria

Foi pego e confessou! Matou o zelador e na tentativa de não deixar pistas, cortou-o em pedacinhos e o transportou em uma mala. Como se não bastasse, em seu sítio, como se nada tivesse acontecido resolveu fazer do corpo daquele trabalhador, daquele pai, daquele filho, daquele marido e mais do que isso, daquele ser humano, um churrasquinho betumado em cal. Nenhuma desavença é suficiente para que se justifique tal ato, nenhum contratempo deve ser capaz de provocar tal sentimento, nenhum argumento é plausível para que se receba o perdão, a absorção da culpa que agora carrega. Contudo, o coitado em toda essa triste realidade não é o pobre trabalhador que perdeu sua vida, mas sim o réu confesso, o publicitário. É coitado por ter perdido em vida a essência de sua humanidade. É coitado porque os seus mais de quarenta anos de vida não conseguiram fazer dele um ser que mereça ser chamado de homem. É coitado, porque na falta de conhecimento, lucidez e racionalidade, atenta contra a vida. É um coitado pois nasceu no grupo errado da espécie terrestre, veio em corpo humano, bípede, mas com a mentalidade completamente podre, cheia de insetos que se alimentam de dejetos, excrementos, podridão. É um COITADO que não é capaz de enxergar no outro a extensão de si mesmo enquanto humano e é claro que não enxergaria... Não é humano!

Thiago Fontinelly'

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