Falar de coisas bonitas nem sempre é a coisa mais fácil a fazer. Desde o momento em que pela primeira vez fui para a escola disseram-me que ali eu aprenderia a ler e escrever. De fato, letras e junções de sílabas lá aprendi, mas hoje, tantos anos depois, parece-me que a atividade de escrever entrelaça-se aos sentimentos que se tem na alma. Escrever o que sente não é nem de longe uma tarefa fácil. Não é qualquer um que consegue. É no emaranhado de vozes, ruídos, pensamentos e agonias e alegrias que o ser carrega dentro de si que fazem com que seu repertório seja único, particular, pessoal, autêntico. Dizem que compositores de músicas escrevem nas letras das canções aquilo que eles vivem ou já viveram em algum momento de suas vidas. Coitados! Há muitas e muitas músicas que (acredito eu) ninguém conseguiria viver o que elas dizem. Nisso vemos que na escrita o autor coloca ao externo aquilo que tem dentro de seu ser, a sua vivência, a sua crença, aquilo que ao longo de sua vida, de algum modo, foi internalizado. Por diversas vezes, a causa das maiores e melhores letras e textos é o primeiro amor. O contato com esse sentimento tão voraz, tão feroz e tão sublime. Infelizmente o primeiro amor é sempre um amor errado, ou talvez o certo, mas por ser algo novo e ainda não saber como lidar com ele, quase sempre acaba se perdendo. Daí então a vida segue, os caminhos se separam, os pensamentos nunca mais serão os mesmos. A vontade de amar talvez ainda continue a existir ou talvez seja lançada ao limbo e não consiga mais voltar. É aí que está a beleza. É aí que está a unanimidade dos seres humanos, onde cada um reage de uma forma. Os esperançosos e otimistas depois da desilusão do primeiro amor decidem destinar suas vidas a busca de seu galardão e encontrar de fato a tampa de sua panela e com isso se machucam muitas outras vezes. Os decididos resolvem que querem trabalhar, se formar, conquistar sua casa própria, seu carro, viajar e, se tiver tempo, se por obra do acaso alguém cair do céu em seu caminho, tudo bem, mas ir atrás de outro amor, jamais! E os que não superam a perda encontram na escrita um porto seguro. Afinal o papel, e muitas vezes só o papel é que vai suportar compartilhar tanto sofrimento, tanto pesar, tanta dor. E assim, passam a escrever músicas, textos e postagens em blogs ...
O vídeo abaixo é prova do amor descrito em canção. Uma pena. Uma tristeza. Uma verdade.
Thiago Fontinelly'
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