quarta-feira, 25 de setembro de 2013

De repente, não mais que de repente, a dúvida!

O que fazer quando toda a vontade de viver simplesmente desaparece? Quando o desânimo sobressai a força? Quando o riso já não passa de um mero disfarce? Quando o sonho virou pesadelo e o príncipe tornou-se vilão? O que fazer quando a inconformidade com tudo é maior do que a aceitação? Quando nada mais tem graça e a noite parece cada vez mais escura e duradoura? O que fazer quando o coração se entristece e o frio da madrugada chega a lhe arrancar suspiros profundos vindos da alma e que se transformam em copiosas lágrimas que demoram a cessar? O que fazer quando o cansaço paralisa o corpo, as dores sufocam o bem-estar e a rotina estraçalha a possibilidade de tentar a sorte e ousar o novo? O que fazer quando já não mais consegue se crê em nada e a fé que antes existia dá lugar à dúvida, ao receio, ao medo e ao ceticismo? Responda quem puder: o que fazer quando se percebe o quanto sua vida é fútil ?



Thiago Fontinelly'


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Nas linhas do silêncio

                     O maior e mais maligno dos cânceres humanos começa quando esquecemos de amarmos primeiro a nós e amamos em demasia o outro. A falta do amor próprio faz com que deixemos escapar a coisa amada, faz com que ela escorregue por entre os vãos dos dedos e como a água que desce pelo ralo, se esvai. O pedestal é lugar pra se colocar o santo, o oco, o que não sente, o que não vive. Amor, nem de longe, merece lugar de exaltação. Antes, tenha adoração pelo trabalho, pelas conquistas, pela leitura, por um bem que seja comum a todos os seres que compõe a raça humana. E, se der tempo, ame. Ame a si mesmo. Em primeiro lugar. Vale lembrar que: coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa, cabe o meu amor. O seu amor. O nosso amor. Mas o amor de cada um é coisa que só o próprio dono pode guardar. É simples. É puro. É virgem. Seu sabor e seu cheiro são únicos e com nada se comparam. Carregam a identidade e o DNA de cada um, no entanto, com o tempo ele se altera, se modifica, cria e se apresenta em outras formas, transmuta, transfigura, sucumbe, sufoca, morre. O amor pelo outro sempre será para sempre até que acabe, e sim, ele sempre acaba. O que acontece é que por diversas vezes o ser humano aceita a condição de parasitismo e depois de se adaptar a uma situação ( que pode até estar insuportável ) ele a releva... engole... suporta... Por pura conveniência. Medo de mudar, de ousar. Pelo costume de já conviver com a angústia e o sufoco de já não amar mais o outro e nem a si mesmo. Eis aí um vegetal.


Thiago Fontinelly'

domingo, 8 de setembro de 2013

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Nas linhas do tempo

Uma hora você vai perceber o quanto eu te amei e o quanto você brincou com isso. 
O quão bem eu te quis, mas você resolveu seguir outros caminhos.
Uma hora você vai perceber que eu estava aqui sempre disposto a te ouvir e a te consolar quando algo dava errado, mas você preferiu estar sozinho.
Vai reconhecer que eu abri mão de muita coisa que eu queria só pra viver a vida que você planejou pra nós, mas desistiu.
Uma hora você vai se surpreender com a crueldade que você teve quando destruiu meus sonhos.
Uma hora você vai se espantar, quando se der conta de que eu fechei meu mundo de amizades para que ele fosse apenas nós dois, e você me abandonou.
Que todas as muitas mensagens que eu te mandei durante o dia não eram com a intenção de te incomodar, mas para fazer você saber o quanto eu me importava com você, e você apagou todas.
Uma hora você vai acordar e ver que eu fui embora.
Uma hora você vai me procurar e dizer que me ama,
E eu, já refeito, vou dizer: "quem é você?"

Thiago Fontinelly'